Amor é amor.

Enquanto o incômodo sobre o amor alheio causar tanta intolerância vamos seguir retrocedendo. É lamentável alguém usar o nome de Deus em vão tentando justificar o que não há punição. Amor é amor, você concorde ou não.

-RESPEITO!

Quando algum religioso seja de qual for a sua crença tenta condenar o que você sente, cuidado com os dogmas e não fique inerte diante da sua felicidade, que só lhe interessa. Ninguém tem o direito de dizer como você deve amar. 

E cada vez mais tenho certeza, alguém certo da sua sexualidade só vai ter problema se tem algo para resolver sobre sexo que tanto lhe causa repulsa. Busque se tratar, o problema está em você.

Para a psicanalista Regina Navarro Lins, a homofobia deriva de um tipo de pensamento que equipara diferença à inferioridade. E quem são os homofóbicos? Alguns estudos indicam que são pessoas conservadoras, rígidas, favoráveis à manutenção dos papéis sexuais tradicionais. Quando se considera, por exemplo, que um homem homossexual não é homem, fica clara a tentativa de preservação dos estereótipos masculinos e femininos, típicos das sociedades de dominação.

A escritora também aponte que em nossa sociedade, os meninos aprendem desde cedo que não devem ter qualquer tipo de contato físico com homem. As amizades masculinas são raras, se restringindo geralmente a encontros em grupo ou competições esportivas. O abraço entre dois homens é pouco frequente e o afeto é manifestado no máximo com aperto de mão ou tapinha nas costas.

Exemplificando Regina aponta que muitos pais não abraçam nem beijam seus filhos depois de uma determinada idade. É muito provável que esta restrição vise preservar o conceito ideal da sociedade do que seja "másculo". A demonstração de afeto entre as mulheres é aceita por todo mundo e não parece despertar temores de que irá incentivar o lesbianismo.

Fato é que a homofobia reforça a frágil heterossexualidade de muitos homens. Ela é, então, um mecanismo de defesa psíquica, uma estratégia para evitar o reconhecimento de uma parte inaceitável de si. Dirigir a própria agressividade contra os homossexuais é um modo de exteriorizar o conflito e torná-lo suportável. E pode ter também uma função social: um heterossexual exprime seus preconceitos contra os gays para ganhar a aprovação dos outros e assim aumentar a confiança em si mesmo, afirma Regina.

Por mais que se denuncie o absurdo que o ódio e a frequente agressão aos gays representam, a homofobia não deixará de existir num passe de mágica. Seu fim depende da queda dos valores patriarcais que, já em curso, vem trazendo nova reflexão sobre o amor e a sexualidad, finaliza a escritora que conta a saga de como começou os relacionamentos no Livro do Amor.

Ela complementa que estamos caminhamos para uma sociedade de parceria, e se nela o desejo de adquirir poder sobre os outros não for preponderante, a homossexualidade deixará de ser tratada como anomalia, passando a ser aceita como tão normal e saudável quanto a heterossexualidade.

Ainda há muitos homofóbicos. É necessário lutar contra qualquer tipo de discriminação. Já passou da hora de todos perceberem que a homossexualidade é uma expressão normal da sexualidade, apenas diferente da maioria. Amor e amor, simples assim.


Homofobia - ódios dos homossexuais, Regina Navarro Lins aborda o tema.

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