A Fabiana Cozza, Dos Santos e Orixás

 O dom de encantar vem de longe, no seu trabalho anterior uma homenagem respeitosa a Dama do Samba: Dona Ivone Lara com o sucesso de crítica e de público, Canto da Noite na Boca do Vento. É da sutileza que a cantora Fabiana Cozza dedilha o seu repertório, é a escuta atenta e serena de uma mulher doce e forte que traz no seu canto sagrado história e ancestralidade.

Dos Santos, do nome, da gente, do povo. Envolvente na batida, na letra yourubá. É de fé, no ponto da poesia e na resistência dos nossos antepassados. Uma licença para saudar os orixás, uma prece, uma oração, da natureza que embeleza a vida, do coração que afaga, dos mais velhos, do pai, mãe, do saravá para a soberania de Oxalá, tudo cabe no seu canto com espaço merecido.

O tambor conecta as canções que entraram no CD. Dos Santos é também dos amigos como Tiganá Santana, Moyseis Marques, Alfredo Del-Penho e Luiz Antônio Simas. Da primeira música e depois em toda sequência tem amizade, fé, axé. Das boas energias, do dono do corpo que canta e dança, Bravum de Elegbara, é ritual que se manisfesta com o sagrado presente no cântico que evolui na vida.

Um diálogo para promover a paz para um mundo mais bonito. O caminho sendo trilhado com o banho de folhas, sentado na árvore conversando o com os mais velhos, ensinamento e aprendizado, eu aprendi com o tempo. Canto de querer bem, de silenciar algumas vezes, a herança mais bonita que mora dentro do mar e que baila na cachoeira. As forças da natureza sendo exaltada em conjunto com os braços acolhedores que vem das águas dos rios. 


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